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Niterói, Rio de Janeiro, Brazil
Sou Biólogo e entusiasta na Arte do Bonsai desde 1991. Montei esse blog para compartilhar alguns dos trabalhos que venho desenvolvendo, bem como compartilhar também algumas idéias e assuntos relacionados à arte. Gostaria muito da sua participação. Seja bem vindo!

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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Técnicas para modelagem de um Flamboyant - Parte III


SEMEADURA

Para que consigamos boa taxa de germinação das sementes de Flamboyant é necessário que estas sejam tratadas previamente. Para isso basta raspar com intuito de escarificar a ponta das sementes em superfície áspera, ou colocá-las em água de dois a três dias para que o tegumento (casca) amoleça ou mesmo em água quente a 80º C por 3 a 5 minutos e depois deixar esfriar naturalmente antes de plantá-las em sacos individuais com solo organo-argiloso. Esses procedimentos são realizados somente por ocasião da semeadura.

ESCOLHA DAS MUDAS E TRATAMENTO INICIAL DAS RAÍZES

Quando as mudas estiverem com aproximadamente uns 20 cm de altura retirar dos sacos plásticos tomando cuidado com as raízes. Feito isso retire todas as folhas cortando-as pela haste de sustentação utilizando uma tesoura de poda e logo em seguida desmanche o torrão cuidadosamente até que as raízes estejam totalmente desprovidas de solo com um pedaço de bambu tipo espeto para churrasco. Identifique agora as raízes laterais mais superiores e em maior número. Dê preferências para umas cinco dessas raízes laterais e corte a raiz pivotante, que fica logo abaixo dessas raízes laterais. A raiz que chamo pivotante é a que desce verticalmente logo abaixo do tronco e bem próximo às raízes laterais. Replante a muda em vaso individual de barro ou plástico rígido.

COMPOSIÇÃO DO SUBSTRATO

Uma boa composição para o substrato seria 70% areia de obra + 15% terra preta + 15% barro, porém antes passando as partes separadamente pela peneira de feijão, depois pela peneira de arroz e por fim na peneira de fubá. Utiliza-se apenas o que fica retido nas peneiras de arroz e fubá, misturando posteriormente os componentes para se fazer o substrato. É necessário que se passe nas peneiras, para que separemos os grãos de granulometrias ideal, pois ao fazermos isso, estamos criando um microambiente ideal para o sistema radicular, além de criar interstícios, que são extremamente importantes em todo o processo de modelagem do futuro bonsai, que consequentemente levará a uma modelagem mais fidedigna a uma base de árvore em miniatura. Esta composição pode ser usada em todas as fazes da planta até chegar a ser um bonsai. O que fica retido na peneira de feijão pode servir de dreno no fundo do vaso. A terra preta pode ser substituída pelo solo de compostagem e a barro pelo saibro.

REPLANTIO

O replantio é feito durante a primavera. Dê preferência para o vaso de barro ou vaso plástico rígido baixo e de boca larga, colocando uma tela plástica ou uma tela metálica no dreno caso este seja grande. Coloque agora o substrato pela metade do vaso, depois centralize a muda posicionando as raízes de forma bem radial ao vaso. Agora coloque mais substrato recobrindo as raízes e usando novamente o espeto de churrasco acomode o solo cuidadosamente. Fazendo uso de um fitilho fixe a muda no vaso. Geralmente é passado o fitilho ao redor do tronco em forma de cruz amarrando este na boca do vaso quando este tem uma borda, ou passando em cruz no fundo do mesmo como se fosse fazer um embrulho. Isso é importante para que o vento assim como outras coisas não possa vir a derrubar a muda. Retire o fitilho depois que a muda estiver bem enraizada.

REGA E ADUBAÇÃO

A composição acima descrita para o substrato facilita bastante o manejo com a planta, mas sabemos, de antemão, que cada região tem suas peculiaridades com relação ao clima e ao local onde se encontram as mudas. Isso significa em mudanças nas quantidades de regas a serem feitas e também o modo de como são realizadas as mesmas. No que se refere às quantidades das regas, mesmo que você repita esta operação de duas a três vezes ao dia, o importante é manter o solo sempre úmido. Já quanto ao modo ou qualidade das regas, dê preferência para regadores tipo chuveiro, ou mesmo ao utilizar mangueiras d’água propicie uma chuva homogênea sem que se remova o solo do vaso. Esse último é conseguido, por exemplo, pressionando um dos dedos da mão de encontro à ponta desta mangueira.

Quanto à adubação esta é necessária, uma vez que a planta está limitada a um vaso, onde existe pouca oferta de nutrientes. Também com o intuito de prolongar a permanência desta no mesmo vaso durante o processo de modelagem inicial. Ler Técnicas para Modelagem de um Flamboyant I e II. A periodicidade da adubação é ditada mais pela planta, uma vez que é observado o consumo integral do adubo na superfície do substrato pelo mantenedor. Pensando assim, utilize apenas adubos orgânicos sólidos de liberação lenta por serem mais naturais. Já os adubos químicos sólidos dissolvem mais rapidamente com as sucessivas regas, trazendo resultados artificiais que irão confundir o observador (mantenedor) quanto às dosagens a serem administradas regularmente e, pior ainda, podendo até vir a matar o exemplar em questão.